A
cancela e o paraíso
Aqui ficava a porta do
paraíso.
Estava cerrada mas não
tinha chave, apenas possuía um ferrolho, fácil de abrir.
Clarita resolveu
abri-la e ver como era o paraíso, que o portão separava do seu lado do mundo.
Sentiu paz e
tranquilidade mas, acima de tudo, imensa responsabilidade.
Entrou e susteve a
respiração, ficando então um pouco inquieta.
Fechou a cancela azul
atrás de si.
Pensou que tinha enfim encontrado
o divino, o melhor da vida.
Porém, não conseguiu
vislumbrar vivalma e após horas de busca resolveu regressar ao portão e voltar
para o seu lado do mundo.
Que fazer?
Voltar para trás, para
o conforto do que conhecia desde sempre ou prosseguir até encontrar o futuro?!
Sobressaltada pela
dúvida resolveu retroceder, olhar para trás, voltar para a solução conhecida,
deixando que a imaginação flutuasse para dentro da cancela.
Nunca mais voltou ao
paraíso!
É
confortável permanecer eternamente no mundo que conhecemos, controlamos e, de
algum modo, dominamos. Porém, esse mundo muitas vezes não é o nosso mas o da
sociedade, o da cultura, o dos outros.
Se
não procurarmos as nossas aventuras, corrermos os nossos riscos, sentirmos as
nossas tristezas e frustrações não vamos alcançar o nosso destino, nunca vamos
perceber o propósito da nossa vida nem o que deveríamos ter aqui andado a
fazer.
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