sexta-feira, 11 de abril de 2014

A paisagem algarvia e a criação


A paisagem algarvia e a criação



Deus criou a matéria e ficou contente;

criou a luz e ficou contente;

criou o universo e ficou contente;

criou a terra e ficou contente;

criou a água e ficou contente;

 criou a selva e ficou contente;

criou os animais e ficou contente;

criou o homem e duvidou...

Ponderou. Interrogou-se. Parou aí a sua criação, até ver, até perceber quais seriam os seus resultados.

Resolveu dormir, centrar a sua atenção noutros mundos e esperar para observar como se iria desenvolver a humanidade.

Concentrou-se em outros assuntos, deixou de pensar em nós.

Desinteressou-se, adormeceu, deixou de procurar entender o nosso processo e desenvolvimento.

O homem vivia desenfreadamente a pensar em si próprio. Desorientado, invocava Deus sem saber o que fazer, para onde ir, definindo objectivos, sempre nervoso e irritado, desejando sempre ter o que não possuía e desvalorizando tudo o que já tinha, lutando acima de tudo pelo que não tinha.

Passaram-se milhares de anos…

Deus acordou e resolveu ver como estavam as coisas na terra, saber como se encontrava a humanidade. Ficou surpreendido, desiludido. Resolveu esperar, dar mais um tempo ao homem para ver o que acontecia, verificar se este procedia ou não ao seu extermínio, à sua extinção.

Voltou-se para os outros mundos e, cansado, esqueceu-nos.

Muitas vezes passamos toda a vida a correr atrás do que não temos, desesperados por obter mais alguma coisa, procurando no exterior a felicidade. Acho que esta busca é uma causa perdida porque a felicidade encontra-se no que já possuímos, está dentro de nós, depende apenas da nossa maneira de observar as ocorrências, de interpretar os factos e de agir.

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